domingo, 15 de maio de 2011


Entre raios e trovões ele preferiu as nuvens..
Se jogou de olhos fechados numa dimensão nova á sua vista..
os escombros de sua rampa ficaram inalterados
tentou sentir a leveza e ao mesmo tempo o peso dos pés
soltos na gravidade
não tinha o solo que o prendia ao passado..
aos pés..
sentia que tinha o novo voar de asas em solados all star..
ao sentir que a metáfora e o subjetivo
era mais real do que gostaria de imaginar..
olhou pra trás e como estátua de sal
permaneceu a sua última imagem antes da queda..
.
Sempre haverá um trampolim e uma escada a se jogar
sempre haverá nuvens e escombros de passados..
e sempre poderemos ser alvejados ou enganados
por nossas próprias utopias..
a sua figura congelou aos que o amavam..
acreditar num jovem suicida seria no mínimo
revirar anos em perguntas e porquês..
motivo..culpa..depressão..causa..efeito..solidão..
paralisou no ar..
virou poeira entre dois mundos
infeliz idéia..a de pensar que os jovens não são levados
aliciados em seus vazios existenciais
a pensarem em soluções cabíveis em apertar de botões..
acione ! o botão ! é rápido ! é simples !
é legião urbana !é nirvana !é até moda !
engano..engano..
fruto de trombetas de enganos..


O Trigo
O Alimento
A cadeira
A moça
O ciclo
..
Em sua cadeira de pretérito, o sujeito se torna amador
diante do novo á sua vista, uma plantação a trilhar
Novos alimentos a abrigar lugares antes esquecidos
Caminhos de novidade, onde o ciclo imperou
Em sua cadeira de personagem principal, vive o filme real
o que telas não contam, o que roteiros não tocam
o existencial mundo das plantações da alma..
A moça e sua cadeira
A moça e seu ciclo..
O alimento do trigo novo..


Bagagem ...
Estreito espaço onde cabe o necessário para sermos a nossa própria casa
o próprio teto em noites frias ou quentes..
as cavidades exatas do que trazemos nos tempos que vivemos
como em malas utilizamos em novas viagens as mesmas roupas.. ou as excluímos..
Pedaço de nós em cubículos de transporte de vida..
em mansões ou barracos, somos bagagens únicas..
Somos o vácuo..somos o chão..somos o ar de nós..


Soltar meus balões vermelhos
Os diferentes em mim..
Impregnar-me do que posso
Porque se creio e diferencio
Se sou e diferencio
Não me enquadro em formas de gelo..
Soltar meus balões vermelhos
Os que são no alto céu vibrantes
Difusos no céu azul que hoje faz
Amo as diferenças que na vida há.
Entre pessoas, jeitos, formas e atitudes
Minha atitude hoje é de vibrar..
Com a força que em mim é latente
Porque enquanto bate meu peito
Eu permito que haja novidade de vida.. em mim
E esse é meu escudo contra hipocrisia..
Sorrir é fácil quando vem de dentro..



Quem foi que disse que a vida não seria em páginas ?
Vivendo uma a uma que lhe foi escrita..
não teve como rasgar a que tanto temia..
Ta frio e o chão é gelado..as ruas são o cinza fundo
que ninguém quer passar..
E quando vejo ao longe a imagem da menina que sangra em páginas
Suja o branco com o vermelho de suas dores e chagas..
Lembro que há um vale de ossos secos a se profetizar
Desolação a olho nu é assim a sua página..
Ezequiel recebeu a ordem: Profetize Ezequiel sobre esses vales !
E eles viverão..
Onde está a sensação de estar viva ? foi embora ..
Onde está aquele vigor pela luz do sol ? a nuvem tapou o seu céu..
Vento que vem dos quatro cantos..sopra..
O vale é lugar de passagem, nunca de permanência..
Eu profetizo sobre ti..
O amor tem esse poder..



Era uma vez uma menina que resolveu domar o coração..
Se inquietou com a afirmação de que nele não poderia mandar
Fez-se de corajosa, pegou suas artérias e fez cordas pra comandar..
Por tempos e ventos o levou pra onde queria..
Não permitiu que o insistente órgão fincasse pé e quisesse pousar
Quando via o perigo de perder as manobras radicais em cima dele, ah..
Lá ia a menina novamente subindo subindo pra poder em cima dele continuar..
Num momento de descuido, cochilou, nem sentiu, foi sem querer..ela disse
Apareceu em um jardim cheio de cores em sua vista
O sorriso era mais sorriso que costumava observar
O perfume era único e a atraía sem ela poder controlar
Tentou subir correndo pra voar pro alto e fugir..fugir..
Tarde demais, o coração falou..
Pois te coloquei em lugares enluarados
Mesmo não voando tão alto..
Escolhi direito pra saber que nem sempre sou arteiro
E que faço cola na alma do chão que pisou..
Cortesia da casa..disse ele..
Ela apenas agradeceu e permitiu-se ser levada.


Como máquina nas mãos do fotógrafo
Como folhas entregues á escrita ...
Como tinta infiltrada na tela branca
assim queria que meu coração fosse o guarda
de todos os sentidos, de todas as experiências
de todos os encontros, olhares de nós já vividos....
.
Como um registro impecavelmente indestrutível
Como carimbo em papéis timbrados
queria a segurança do viver não esquecido
Que a força do relógio do passado
Nunca deixe de ser pontual.
De deixar nossas lembranças serem eternas
do pulsar e no bater latente do nosso amor.
.
Irrevogáveis os momentos que já vivemos
cada lembrança e saudade de nós.
Queria a máquina, a escrita e a arte dos vídeos ao nosso favor
como se fossemos atores principais de um filme
acompanhados a cada virada de cena..
da brisa e da calmaria 
do choro e da agonia
atos que se encontram em nossa história.
Na viração do dia..
Os amantes se encontram...




Eu vou fotografar ..
o meu chão
que pisarei..
Tentarei ter resultados
de poeira de sapatos
Tentarei registrar nuances
Farei das sombras apenas moldura
das cores que andarei..
Eu vou fotografar o chão
que piso hoje
pra guardar como registro,
e mostrar que no existo,
andei..




Não por acaso..
Os vidros não se espatifaram
Os aromas não se cruzaram..
O amadeirado não ganhou forma com o doce..
Não por acaso..
O sol não visitou o frio
E o momento não virou instante..
Por meros fugires de sentir
Embassamos os vidros corriqueiros..
A secura da boca não é vil..
A secura vem de fontes..
Só se pede abrigo quando se tem voz..
Ou quando se abafa o frio na própria pele..
A tremedeira de sentidos não é imperativa
Quando se domina os próprios pés..
Fácil ? Infinitamente lúdica essa frase
Mas..possível..
A distância que há entre uma amizade e dois corpos que se querem
é a mesma, que fazem duas pessoas se afastarem da brasa
Com medo de pegar fogo e tudo ir para os ares..
Da liberdade á escravidão
Os grilhões só mudam de nomes..
Mas a intenção é a mesma..
Uma encantada dança de ventres..


Eu queria te tocar
e ao tocar.. te atingir
Te perfurar..
Romper sua imunidade
quebrar a pedra
ir além do clímax
atingir a barreira do peito..
.
Eu queria não ser mera...
meramente..
eu queria ser adereço,
ser até tropeço,
mas não ser igual..
Ser barulho e ser silêncio para ti..
Ser loucura e ser seu café suave
Ser inquieta e ser ponderada em ti..
.
Então.. depois disso ter sido atingido..
eu não queria mais ser tanto.. tudo pra ti..
Ser tua âncora me cansou em anos
Ser teus ouvidos, calaram minha voz
Ser teu ombro demais, me fez esquecer que também choro
Tento casar os anos vividos
com o acaso estendido..
Entendido ? não..
Só eu conseguiria sobreviver ao que me tenta..
ao que me atrai..o medo me atrai..
o medo me afasta..
.
Abafo o som do meu grito no ouvido do silêncio
E ele não me dedura..me alia..
me cerca..me faz companhia..
em momentos não sei se sou
ou se já fui..se quero ser ou se quero andar milhas novas..
as palavras me desnorteiam..
.
Tenho andado na linha de ser réu e ser juíza..
tenho caminhado nos trilhos da interrogação
e por muito..provei da exclamação da vida..
mas não encontrei nisso o meu coração..
.
Perdi e me achei..encontrei-me e me perdi de novo..
esqueci que preciso conversar comigo á sós..
e que busco melodias que não tenho mais escutado..
busco o som de um vento sem misturas
E ás vezes só temos condições de ouvi-lo,
somente com o som da nossa voz
dentro..do peito que bate..




Cacos que se pegam pra subir jornadas altas..
ásperos e contínuos na subida íngrime ..
doloroso e necessário esmurrar de carne..
Cacos que se desprendem das paredes á medida que subo..
Eles caem ao chão..olhem..são muletas que não posso mais usar..
Pedaços que me machucavam e eu simplesmente os deixava ficar..
deixava ficar..ficando..nem sentía mais que era pesado..
me formava apêndices de jugos desnecessários..
Com sabores onde apreciava..mas não me acrescentava..me subtraía..
Cacos dolorosos que ainda em mim pedem e aclamam..
Mas os desprendo, pois não veio a mim ser meio termo
Olhando o tempo..o meu tempo..enquanto ele ainda olha pra mim..
O tempo passa rápido, quando não olhamos para ele..






Já ouviu a expressão "cego de raiva" ?
.
O ódio lhe empanará as vistas e acabará por quebrar-lhe as costas. O fardo da amargura é pesado demais. Seus joelhos dobrar-se-ão sob a carga, e de desgosto partir-se-á seu coração.
A montanha à sua frente já é bastante íngreme sem a opressão do ódio em suas costas. A escolha mais sábia - a única escolha - é você arriar o fardo do ódio.
.
"Durante a guerra mundial, um soldado alemão pulou para dentro de uma trincheira em desuso. Ali, encontrou um inimigo ferido. O soldado abatido estava encharcado de sangue, e a poucos minutos da morte. Comovido com a situação do homem, o soldado alemão ofereceu-lhe água. Por este pequeno gesto de bondade, um vínculo foi estabelecido.
O moribundo apontou para o bolso de sua camisa; o soldado alemão tirou dele uma carteira, e encontrou alguns retratos de família. Ele os segurou de modo que o homem ferido pudesse olhar para seus amados uma última vez. Com as balas zunindo acima deles, e a guerra à sua volta, esses dois inimigos foram, embora por poucos minutos amigos.
.
O que acontece na trincheira ? Cessou todo o mal ? O que era errado tornou-se direito ? Não. O que aconteceu foi simplesmente isto: dois inimigos viram-se um a outro como humanos, precisando de ajuda. Isto é perdão. O perdão começa por levantar-se acima da guerra, olhar além do uniforme, e escolher ver o outro, não como um adversário, ou mesmo um amigo, mas simplesmente como um companheiro combatente, ansiando pela segurança do lar."




Uma violência de emoções e de sensações no corpo e fora dele..
O Vento correndo em sentido contrário
As nuvens brincando de chão..
o solado tentando não cair em meio ás descobertas..
Uma violência de sucessivas eloquências
e audaciosas tomadas de autoridades..
.
Pois assim as linhas vão se formando dentro do carderno..
Pois assim o lápis.. veio antes do papel..
Pois assim foi escrito antes de ser visto..
E no decorrer das cenas de violentas dores
e surpreendentes finais diários..
Somos alavancados nesse redemoinho chamado Destino..
Eis que o Vento que vem, tira a poeira de cima do que foi ontem..
E traz vestes novas, brancas e azuis ao nosso conjunto da obra..





Eis as asas que lideram a escassez de uma alma juvenil..
Ele sonhou com os vôos rasantes de uma aventura emocionante
Assim pensava..Os amigos embarcavam como gigantes no ar
Flechas de fogo que rasgavam o céu com seus componentes químicos
Eram como gasolina para carro..
Como um avião deslizando por entre nuvens..
Achamos a chave de toda euforia e sensação de prazer
Que o mundo não pode nos dar.. Então vamos mergulhar..
voar..mergulhar..mergulhar..mergulhar..mergu....mer......me......m......
.
Onde estou ? Onde foram parar meus amigos voadores ?
Boca seca..Suor exagerado..Que pupilas loucas..
Vou voar de novo...subindo subindo.....subindo......
Hei !!! Quem me puxou pro chão ?
Caí feio dessa vez...Viagem ruim essa....
Tentar de novo....subindo....sub........tum..tum..tum...
Coisa louca, coração louco, bate sem parar...que coisa é essa...
Que cor de asas que me vieram agora ??
Eu voava arco-íris...
Negras asas me batem o peito e tiram meu ar..
O mesmo coração e ar que tanto dei aventuras que poucos tiveram...
Ah ! Não façam isso comigo..não queiram parar agora assim com meus rasantes...
.
Preciso de chances..Da onde ouvi isso ? To alucinando pelo jeito..
Não ! Elas não saem de mim...asas ruins..asas de pó misturado..
Jogo de humanos..Me invadem como surras nessa hora..
O chão..o Sub-mundo do chão me prende em grilhões..
Chances...De novo isso ? Vamos parar com a brincadeira aí ó !!
Não tem graça, não ta vendo que a viagem foi ruim pô !
Coração acelerado..bate como louco e me agonia..
To tendo medo...que palavra é essa que me sonda...
Sair do chão..Me dá uma mão..Ainda tenho chances..
Sou jovem e não queria que o meu pouso fosse assim..
Asas negras de minhas escolhas..voem pra longe de mim..




Onde estás ?
Demorei a vir..
Demorei a entender o som da sua voz..
Procuro a música que invade e separa alma e espírito..
Onde estás ?
Meu choro é sentido no travesseiro
E o meu sorriso por incrível..
Brota toda manhã..
Dentro em mim há conflitos eternos..
Grandes coisas tenho negligenciado
por pura meninice diante da tua face..
Onde estás ?
Quero teu colo
Quero teu zelo
Quero tuas broncas..
Quero ainda..ter meu lugar no mesmo lugar
Que um dia deixei..
E que pensei que sempre ali estaría..
Esqueço..ou melhor esqueci..
Que tem coisas que doem quando nos damos conta
E necessário é..o confronto com nós mesmos..
Até quando eu estaria na condição de morna ?
Quando na verdade eu toco a brasa viva que de ti vem..?
Faço esboço aqui de palavras que me saem da alma
Quem irá entender ?
O papel fica pequeno..a oração curta fica..
Não existe espaço de tempo que se faça presente
Entre eu e eu..
Entre o que o espelho da alma me deu em reflexo nessa manhã..
Todas as coisas contribuem...Ó que palavra verdadeira..
Sou rasgada como em facadas que não doem, como explicar isso ?
O meu choro me produz sorrisos no final ?
Como dizer isso e ser sã ?
Sou é louca e toco minha loucura com gosto..
Onde estás ?
Te achei..Dentro de mim estás..



Independente do que largamos um dia..
deixamos por uma outra escolha
O que temos de melhor..ás vezes..
Deixamos como num canto de parede, á nossa espera..
Só nós sabemos o que deixamos..
E muitas das vezes nem temos noção da proporção
De quanto é difícil o retorno..
Independente do que largamos um dia..
Fazemos escolhas..boas ou não..
que nos arrependemos ou não..
que deu certo ou não..
Fazemos uma escolha..
e mesmo quando o ônus é maior que o bônus..
Faz parte da nossa colheita nessa vida..
Por que o que sería do valorizar se não fossem os erros cometidos ?
O que sería o valorizar dos sorrisos, se não fossem pelas noites de choro ?
Tem momentos que somos confrontados
E cada um sabe onde está o seu tesouro
E o que foi colocado de lado..no canto da parede..



LOUCOS NÃO FAZEM LOUCURAS….APENAS PRATICA-AS,
LOUCOS NÃO SÃO AGRESSIVOS…É PASSIVO DE AGRESSÕES,
LOUCOS NÃO CHORAM….BERRAM,
LOUCOS NÃO GRITAM….FAZ ECOAR SEUS SENTIMENTOS,
LOUCOS NÃO SÃO INSANOS…A SANIDADE ATUAL JÁ É UMA LOUCURA,
LOUCOS NÃO FALAM…DIVAGAM,
.
LOUCOS NÃO PIRAM…JÁ SÃO PIRADOS,
LOUCOS NÃO SÃO ETERNOS….SÃO EFÊMEROS,
LOUCOS NÃO SE CALAM….SÃO OPRIMIDOS,
LOUCOS NÃO MENTEM….DELIRAM,
LOUCOS NÃO CONTAM HISTÓRIAS…FILOSOFAM,
LOUCOS NÃO TEMEM…APAVORAM-SE,
LOUCOS NÃO SÃO ANTISOCIAIS….A SOCIEDADE OS EXCLUEM,
LOUCOS NÃO AVISAM….SIMPLESMENTE FAZEM!
.
NÃO EXISTEM LOUCOS….NÃO SOMOS LOUCOS….
A LOUCURA É UM ESTADO MOMENTÂNEO DE DESEQUILÍBRIO.
ÁS VEZES ESTAMOS LOUCOS, E OUTRAS VEZES ESTAMOS SÓBRIOS…
AMO A MINHA LOUCURA PELO SIMPLES FATO DE SER A MINHA RAZÃO DE VIVER!

Quando a ansiedade consome a paz
Alguém compartilha esta passagem..
As palavras arrancam..
Um suspiro de sua alma
Ás vezes uma escolha só "parece" certa..
Já ouviu a expressão: "pareceu-me que seria bom ?"
Essas palavras refletem uma pessoa diante dos cruzamentos..
Cuidado com isso..
As pessoas ficam conhecidas por justificarem
a estupidez com base em um "sentimento"..
odeio aspas..mas elas ás vezes se tornam "necessárias".


Solidão não é ausência de faces.
É ausência de intimidade
...



No belo jardim.. dá vontade de correr e ir em busca do que não se tocou antes..
No belo jardim, os pés ganham força e velocidade, para enfrentar os medos..
Quando os pés tocam o solo real..tudo parece voltar ao seu quebra cabeça habitual..
as dores, os medos, as lutas, o impossível de novo, o pó..
Os pés de quem leva mensagens de liberdade, é espinhoso..
Mas os campos são os mais verdejantes no final do caminho..
Quando a vontade de desistir e não enfrentar for maior
corra ..corra..e não esqueça de levar as promessas no peito..
Elas viram manaciais nos vales ..é morfina na dor..é sonífero na insônia..
é certeza no meio das nossas fraquezas..
..
Só uns lembretes..que me veio á mente anjo..
Davi derrubou golias.. mas também fingiu-se de louco para fugir de seus inimigos..e foi chamado depois disso..homem segundo o coração de Deus..
.
Pedro andou sobre o mar...negou 3 vezes Cristo..Mas levou milhares a receber o batismo com o Espírito Santo, no dia de Pentecostes..
.
Paulo perseguiu cristãos..os matou..foi o apóstolo com o maior número de dons e cartas e epístolas escritas..e no final de sua jornada se nomeou o menor no reino..Hoje.. sua verdade e suas cartas somaram o Novo Testamento
.
Não é fácil..Não é bom ás vezes..ás vezes dói de sangrar..mas se teu nome ta escrito e com desígnos de chamado..segura sua cruz e anda..no final há um jardim á contemplar..
E você teve o privilégio de o ver antes ..
.
("Minha Graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza") 2Co 12:9




Não sei como anjo, mas eu vou me lançar..
os médicos me dão minutos e marcam no relógio
o tempo que você tem em vida..
o fone..a minha voz..no seu ouvido
dentro do teu vegetativo estado de coma
eu..você..nós..agora..em menos de meia hora
Segura anjo o fio do timbre da minha voz
não porque é minha..mas porque eu creio
Não sei anjo onde sua alma está..sei que longe está..
mas eu vou em busca desse longe..
os médicos me chamam de louca..
eu já fui chamada outras vezes, quando te tirei de um coma
esse é diferente..mas o meu Deus é o mesmo..
Eu preciso agora de uma unção tal..
Que minha voz em seus ouvidos soem como trombeta
E te chame com a força de um pedido de vida..
Ah anjo..eu não desisto de ti, até haver um fio de esperança..
Os diplomados, os diplomas, os egos, se batem..
bocam que se dobram..rostos que se lançam á um chão
o meu rosto se lança numa montanha
De onde me virá o socorro..
Anjo..segura o fio que ainda tens..
Pai..dá-me um pouco da brasa viva do teu altar..
Preciso tremer por dentro e ser firme para crer..
..
..
..

To aqui..




Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor.
Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser;
pronunciado tão depressa,
e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender.
Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser
Esquecer.
.
(Carlos Drummond de Andrade)


Quantas são as pétalas de suas riquezas..
Seu olhar tem a cor de um pedido..
Tem a cor de um abrigo..
Tem a essência de uma imensidão..
Quão neve são as vestes por cima de tudo que há, no hoje..
Independente do hoje..suas pétalas caem como maná..
Mesmo quando não se vê ainda..um olhar que sorri dentro..
Há um toque de livramento que a adorna entre campinas..
Sendas e caminhos desenhados no porvir..
No entanto..seus pés não andam..nem voam..eles são carregados
em braços de eternidades..

Soltar os medos..
mesmo que os receios batam á nossa porta
Soltar limites no ar..
mesmo que as mãos queiram conduzir a subida..
Não passemos nossas vidas
esperando que as circunstâncias mudem
para nos sentirmos alegres..
aprendamos a sermos alegre
agora..
Soltemos os balões..


Espero vc..
nas curvas;
das minhas brincadeiras amorosas..
Assim..
na dobra que meu brinquedo imaginário
realiza ao te sentir..
mesmo longe
meus passos vão..
organizo versos dentro de mim..
Circulo como numa cadeira voadora
o aguardar do teu encontro..
Desenho;
o beijo tocando antes mesmo
dos lábios ganharem calor..


Ventos...
o que dizer deles...?
eles trazem o movimento da vida..
o vento pode ser símbolo de dificuldades,
ou vento pode ser, para os que acreditam,
o tempo exato de ficar em período de provas,
e saber que os vales sempre vem,
na vida de qualquer um,
seja pobre, rico,
branco ou negro,
todos teremos vales nessa vida,
em diferentes áreas,
no inesperado, no previsível,
na conta que não dá pra pagar
ou num parente que se perde..
o importante é saber, que novos ventos vem,
e trazem as montanhas e nos tiram
do Tempo, que fica pra trás...

Tu és o nó de sangue que me sufoca
Dormes na minha insônia
Com o aroma entre os tendões da madeira fria.
És uma faca cravada na minha vida secreta
E como estrelas duplas consangüíneas
Luzimos de um para o outro nas trevas...



Eu vou dar uma olhada com meus binóculos mágicos do futuro
E vou chegar no dia exato do nosso encontro..no nosso tempo..
_ oi..vc tem o sorriso que imaginei
_ é ? e vc tem o perfume que sonhei..
Daqui dessa posição ocular, eu vejo um pouco além..
E vejo dois amigos que colorem o tempo todo os seus universos
Encontram na pele a química, na lucidez encontram a loucura
E tem o ritmo certo das gargalhadas que se identificam..
Eu vou dar uma olhada com meus binóculos mágicos nesse futuro..
Que to gostando é de imaginar..a mente chega toca..o coração bate
A pele arrepiou e a voz virou música aos ouvidos..
Timbre achado..é a segunda pele do casal..
E ela ficou tatuada no que chamo de memória oculta..
Eu vou é brincar de ser lunática..abstrata..febril e lúdica
Talvez eu já te puxe com meus braços pra perto
E vejo esse futuro de binóculo com uma pressa tal..
Que eu marque um encontro contigo bem no meio da nossa estrada..
.


A janela lembra que há frio no corpo
que está nú e sem armaduras
A janela lhe apresenta a dimensão de uma luta
Uma guerra civil na alma..
O pó de sua estrutura se esvai em momentos
E sente longe de quem foi designada..
Seu livre arbítrio é testado duramente..
E ao fugir..cai por vezes no caminho
Mesmo que em pensamentos e devaneios..
A janela lembra que há frio no corpo
e que por vezes és apenas um vale de ossos secos
Aguardando um soprar que a vivifique..
Tem marcas de escolhida..
Tem palavras que lhe sai como brasa
Ao tocar solos de sacerdotisa, sente que tem..dons..
Mas não entende os motivos que não lhe foram tirados..
E quando pensa que ta perdendo a própria luta
Bravamente em sua fraqueza..diz não..
Mesmo querendo dizer sim..
É apenas uma batalha..
A mais importante de um ser..
Peregrina que mais parece perdida em sua nudez..
Mas como não ver a olho nu, que tem luz ao seu redor ?
Tem uma presença de asas que tocam em sua proteção
O frio na alma lhe foi negado..foi um galardão doado, ainda em terra.
Apenas o seu corpo arrepia..e por vezes sente febre..
Mas é apenas uma batalha..apenas uma janela..


Ela olhou pra trás..virou estátua de sal..
o que fazer ? ela rasgou seus princípios
colocou á prova seus obstáculos..
Há um fim na estrada dela..á espera..ela tenta não ir..
Ela olha pra trás pra se lembrar que não pode retroceder
Mas os seus passos por muitos já foram..
não em pernas..mas em coração..não será o mesmo ?
Ela é corda fraca..como puxar algo valioso assim ?
É um brinquedo quebrado..um tempo de uso e puff..
Foi-se a sua utilidade.. agora coexiste nela uma fragilidade..
Sua carne é tocada nos alicerces e sua estrutura abalou
Olhará pra trás e talvez pouco lhe sobre..
Talvez seja esquecida e somente fique registros nos papiros..
Tinha tudo pra tocar eternidades altas..
mas talvez a sua queda seja previsível..
Corre pra frente, como se tentasse atingir um alvo
Mas correr pra frente, com olhares pra trás do que lhe sugere
lhe dá pedras no caminho e quando as atingir, não as terás olhado
E cairá como galhos secos no chão que a quer sugar..
Pobre serva caída..Quem lhe salvará ?
É apenas uma estátua de sal que desmoraná quando a luz vier..
Odeio finais previsíveis..Por que será que foi chamada ?
Brinquedo com defeito de fabricação..
Siga e olhe pra trás.. Ela grita..



Se eu sonhar contigo
permita-me conhecer suas curvas existenciais
se eu sonhar com o teu amor...
permita-me ter férias, para comigo ficar
se eu sonhar que em nós.. há dois..
torna-te morada no meu peito
mas de um jeito sutil...
não permaneça à ponto de que eu me queira só
individualize e assim me ache
.
Dê-me espaço e assim me ganha
Dá-me aroma entre lacunas
Preciso de vácuo pra ser sugada
Não me faça um amor sem saídas
Não suporto ruas fechadas
Dê-me liberdade condicionada...
mas não me deixe voar entre quatro paredes
morreria, como uma borboleta querendo achar ar
.
Permita-me conhecer os dois enigmas de um casal
não me golpeie com tua ansiedade em me possuir
eu sou humana, essa questão é impossível
solte-me entre a poesia e a força
Preciso do romance e da pegada
Preciso da água e do fogo..
Mas só admiro do alto..como águia olhando um horizonte maior
não consigo ficar limitada, se me prendes os péscom grilhões
.
Tenho tantos defeitos que queria te mostrar..
Tenho tantas vírgulas, que não lês...passa reto na minha leitura..
Incondicional amor, só se tem quando se tateia as depressões do outro
Não camufle a princesa...

Essa transpiração que hoje conheço no meu corpo
Eu aprendi à conhecer..
Toda inspiração para querer mais
brotou do que era desconhecido
Não era fixo, me foi apenas passageiro
Em partes.. em outras nem tanto..
Essa transpiração que me saciou em ti
Eu precisei adquirir, precisei aprender
Ouvir seus jogos, me ver lançada em testes
Sentir-me roxeada junto à tua fome
.
Precisei passar uma overdose de pele
Transpiração que fiquei dependente um tempo..
Minha fissura era altamente impetuosa
Ao conhecer o meu próprio som
Eu quiz ouvir mais a melodia que de mim saía
E ao tocar-me como uma guitarra
Eu me alucinava num campo magnético só nosso..
Ou só meu..Ou ás vezes só teu..
Todo o tempo de abstinência doeu também
Me fez ter um auto conhecimento
Tive que pousar
Minha tendência á doses altas
Me fez passar férias com a lucidez...



Num deserto, rachado como um quebra cabeça
Sua sola de pé pisa em linha dura com o árido
Corre menina..Os pedaços das peças se encaixam
Como numa visão.. proferida..para ti..
Corria e os abismos á esquerda e á direita desabavam
Mas você seguia a ordem...corra..corra..
O solo é quase fogo.. suas sandálias não lhe foram dadas
para que com o contato amortecesse a brasa..
Não..ao contrário..a brasa foi aquecida sete vezes
Numa fornalha onde o impossível é quase previsto..
quase..quase não é sim..quase não é não..
quase é peça de xadrez e peça de quebra cabeça final
quase é brinquedo nas mãos de Deus
quase é imprevisto..quase não lhe cabe saber..
Então corra..somente corra..
Seu vestido branco voa com o vapor que sai..
Mas notaste anjo..não chamusca e não toca fogo
Somente molda..Somente molda..dói..suas lágrimas são rios..
Está tudo embassado o horizonte
A miragem de querer o oásis, nas viagens loucas não lhe dá o chão
E também não lhe dá mais o direito de voar o céu sintético..
Então corra..somente corra..
E no decorrer da corrida. as peças se juntam só pra você passar..
Mistério do Onisciente .. Somente vá..
Vá ..To aqui..
Desce chuva do novo que em mim chega..
E desce chuva do ontem também
Desce do amanhã.. Desce..Toca na minha pele
Molha meus tecidos..Infiltre na minha epiderme
Deixa-me tocada com a sensação..
Lava-me com sua intensidade
Inquieta-me com as gotas pesadas nos olhos
Faça-me piscar ao sentir o encontro
Faça me beber de sua água..
Transpareça minha roupa, vista-me de líquido
Tira minha rigidez, meu estático, meu estado sólido
Inunda-me numa dimensão de mim
Mistura e faz um livro..dos três pilares
o hoje, o ontem e o futuro..
Que o ontem me faça lembrar das terras secas que pisei
E das chuvas que tomei, dos sorrisos que dei, das lágrimas que derramei..
Que o hoje me faça lúcida e me faça impulsiva
Me faça firme e me faça flexível
Que o futuro me espere, viva, viva e em novidades de vida..
futuro que me toque como névoa do que não saberei
Não tenho curiosidade com ele, apenas espero que um dia chegue..
Tenho curiosidade de mastigar e degustar o que já senti..
O que já desisti, o que já enfrentei, o que já ousei e o que já me acovardei..
Tenho meu hoje me beijando nos meus lábios
E tocando-me para um vulcão de possibilidades
Chuva..
Beija-me com o sabor do hoje e uma pimentada do que já sonhei..
.

Ela olha com curiosidade o mundo dela de dentro da casa
Quantas coisas aconteceram naquela caixa fechada, chamada casa..
Quantas dores ela sentiu nas madrugadas frias e gritos abafados..
Ela tenta olhar pela janela e entender o que com ela aconteceu..
A medida dos anos que passaram.. Se desfizeram alicerces mentais..
De ponta de pé.. ela tenta achar respostas para as interrogações..
Tão vagas que não são saciadas quanto tentam responder com teses..
Senta na cadeira menina, conta sua história para os doutores dos traumas..
A voz não sai tão fácil queridos analistas de dores..
O baú foi aberto muito recente e só uma amizade tocou..
Mas as feridas estão lá dentro ó !! lá !! dentro daquela janela..
.
Ta vendo ali ó !!
Bem naquele quarto tudo surgiu e começou..
Entorpeci com os anos o que não conseguia delatar, falar, expressar..
Meus olhos esqueceram de ler..Os do meu redor..os do meu sangue..
Tinham vezes que desejava que fossem lidos, com facilidade
Estava tudo aqui ó !! Veja como o olhar é ..
Mas estavam ocupados..
Nas fugas paralelas e saídas com fundos falsos fui navegando meu ser..
Hoje estou em pedaços e busco os cacos, mas estão dispersos..
Pouco sei das feridas reais que ali ó ! Aquele quarto me jogou..
Aquele dna que era paternal me marcou além sangue..
Tocou nas minhas veias e surgiu um vício..uma dependência projetada..
No que era uma criança.. No que virou uma mulher que não cresceu..
Formados foram as cadeias e jaulas daquilo ali ó !
Que olhando em surtos vejo pela janela..
A janela do meu passado tão presente..

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