Queria ser Girassol de pétalas sempre viradas ao Sol.
E o que faz o girassol a Noite?
Se esconde? Aquiesce?
Mesmo a flor do Sol passa pelo negrume.
Nas vicissitudes do amar queria ser somente beija flor:
leve, cor suspensa no ar, flor de asas.
Mas quando vem o cinza, a intempérie do amor,
eu esqueço o beija-flor.
Como é frágil o coração.
Algumas palavras são suficientes para deixá-lo cabisbaixo, sem canto.
E porque a pessoa que te canta melodias
logo te fere com palavras ásperas?
E porque esse amor a dois oscila entre preto e branco?
Eu adoraria escolher o branco.
Só o branco.
Ando em busca de um amor de mar turquesa, de águas macias.
Aquele Amor de letra maiúscula
que transcende as mágoas, as sombras, a noite.
Num mundo de dia e noite como encontrar um Amor sem noite?
João revelou a ela que seu amor era como a flor gerbera.
Mas ela não deu atenção. Nem ternura.
As pétalas da gerbera foram caindo,
até que do amor-flor de João só sobrou o miolo.
Um amor despetalado.
Será que ela não sabe que dói em mim tanto o quanto dói nela?
E que há em mim sonhos repletos de pássaros, vôos e entrega?
João murchou...
E esperou o vento trazer novas sementes.
Mas ela não deu atenção. Nem ternura.
As pétalas da gerbera foram caindo,
até que do amor-flor de João só sobrou o miolo.
Um amor despetalado.
Será que ela não sabe que dói em mim tanto o quanto dói nela?
E que há em mim sonhos repletos de pássaros, vôos e entrega?
João murchou...
E esperou o vento trazer novas sementes.
Sentia-se plena ali: os pés afundavam na areia, as ondas brincavam entre suas pernas, o sol acariciava o seu rosto e o vento (ah! o vento) ouvia seus lírios.
O verde esbranquiçado do mar a fazia lembrar de sonhos distantes, da essência azul que tanto buscava. Assombrava-se diante da beleza inefável que os olhos ouviam e se perguntava porque não podia perceber tal beleza por todos os segundos de seu respirar.
Perdia-se no mar, virava onda e redemoinho. A água amaciava as tristezas.
Queria fluir como o mar...
O verde esbranquiçado do mar a fazia lembrar de sonhos distantes, da essência azul que tanto buscava. Assombrava-se diante da beleza inefável que os olhos ouviam e se perguntava porque não podia perceber tal beleza por todos os segundos de seu respirar.
Perdia-se no mar, virava onda e redemoinho. A água amaciava as tristezas.
Queria fluir como o mar...
Gosto do seu abraço de Sol. Você derrete qualquer frio interno e transforma a minha neve em rio.
Gosto de estar entregue em seus braços, de me enroscar em você no meio da confusão de travesseiros, cobertas e brancos.
Acordar e dormir do seu lado faz de mim sorriso encantado, borboleta a sonhar no céu infinito.
E na nossa dança... como sou feliz na nossa dança: cheia de rodopios, passos repentinos e estrelas cadentes.
Gosto de estar entregue em seus braços, de me enroscar em você no meio da confusão de travesseiros, cobertas e brancos.
Acordar e dormir do seu lado faz de mim sorriso encantado, borboleta a sonhar no céu infinito.
E na nossa dança... como sou feliz na nossa dança: cheia de rodopios, passos repentinos e estrelas cadentes.
Relacionamento
O relacionamento íntimo com o outro me transforma. As feridas do outro esbarram nas minhas e trazem a tona minhas partes ocultas.
Algumas revelações não são nada agradáveis.
De onde vem essa dor?
Esse medo que achei que já havia ultrapassado?
E essa insegurança que invade tudo?
O amor a dois me faz leve, tênue e sombria. No amor, um vai revelando e descobrindo a si-mesmo e ao outro.
Ou será que é apenas a si-mesmo?
O medo da entrega é latente, afinal não há controle.
Há só o viver, o experimentar-se através do outro.
Se o amor me faz renascer, eu mergulho sim em suas labaredas
e me faço pássaro da lua, mutável e repleto de fases.
Lua nova
Lua negra
Lua dócil
Lua sorriso
Lua plena.
Algumas revelações não são nada agradáveis.
De onde vem essa dor?
Esse medo que achei que já havia ultrapassado?
E essa insegurança que invade tudo?
O amor a dois me faz leve, tênue e sombria. No amor, um vai revelando e descobrindo a si-mesmo e ao outro.
Ou será que é apenas a si-mesmo?
O medo da entrega é latente, afinal não há controle.
Há só o viver, o experimentar-se através do outro.
Se o amor me faz renascer, eu mergulho sim em suas labaredas
e me faço pássaro da lua, mutável e repleto de fases.
Lua nova
Lua negra
Lua dócil
Lua sorriso
Lua plena.
Tem dias que dói. Dói o corpo, dói o peito.
E chove dentro.
Inunda tudo.
Nesse sobe e desce, nesse vai e vem,
ela busca um equilibrar mutante.
Tenta ser artista de circo e cai da corda bamba.
Quando menina ela queria ser bailarina,
sempre nas pontas dos pés,
de saia de tule rodada e sempre, sempre rosa.
Era seu mundo mágico.
A bailarina que ela é hoje quebra as pontas da sapatilha,
escorrega e muda de cor feito arco íris.
E ela - essa bailarina - dança e dança...
em busca de cura que a faça plena;
de luz incessante que a faça girar;
do verde-folha de dentro que acalma;
de um olhar que a decifre;
de um sorriso que a acolha;
de um encontro que nunca acabe.
De um eterno que dure.
E chove dentro.
Inunda tudo.
Nesse sobe e desce, nesse vai e vem,
ela busca um equilibrar mutante.
Tenta ser artista de circo e cai da corda bamba.
Quando menina ela queria ser bailarina,
sempre nas pontas dos pés,
de saia de tule rodada e sempre, sempre rosa.
Era seu mundo mágico.
A bailarina que ela é hoje quebra as pontas da sapatilha,
escorrega e muda de cor feito arco íris.
E ela - essa bailarina - dança e dança...
em busca de cura que a faça plena;
de luz incessante que a faça girar;
do verde-folha de dentro que acalma;
de um olhar que a decifre;
de um sorriso que a acolha;
de um encontro que nunca acabe.
De um eterno que dure.
O mar!
Quanta melancolia entreguei a essas areias
E quanto pranto secou esse mar.
Sou assim nessa praia:
criança de colo,
consolo nas tranças do vento
aconchego no Sol.
O Mar! Ah o Mar!
Me - nina com canção de ninar
O mar me dança.
Lamento, suplico,
Me escondo.
Me escuta!
Te ouço e te entrego
meus segredos
meu pesar
Guarda o meu silêncio.
E quanto pranto secou esse mar.
Sou assim nessa praia:
criança de colo,
consolo nas tranças do vento
aconchego no Sol.
O Mar! Ah o Mar!
Me - nina com canção de ninar
O mar me dança.
Lamento, suplico,
Me escondo.
Me escuta!
Te ouço e te entrego
meus segredos
meu pesar
Guarda o meu silêncio.
Onda que vem... será que vai???
Sim, tenho medo. Medo de te mostrar a intensidade carmim de meus sentimentos. Sua voz é suspiro, arrepio na pele. Seu beijo me descompassa. Sei que gosta da fala clara e direta, mas sou assim: repleta de noite e mistérios.
Não vê que me afogo em seus olhos de mel? E me desmancho em seu toque? E que na nossa dança (você me enganou, seu dançarino!) me entrego tanto que me perco?
Sei que por vezes viro criança, insegura e boba.Tem noites que prendo as lágrimas e me finjo forte. E me faço rebelde para esconder a fragilidade e o despedaçar do peito.
E se você for onda que me envolve e logo se desfaz?
Onda, fica comigo, no vai e vem do nosso mar. Vamos nos transbordar de espuma e tons.
Derrama em mim a firmeza dos seus passos, a doçura dos seus gestos, o seu balançar.
Me inunda com a sua ginga, a sua arte e o seu Sentir.
Não vê que me afogo em seus olhos de mel? E me desmancho em seu toque? E que na nossa dança (você me enganou, seu dançarino!) me entrego tanto que me perco?
Sei que por vezes viro criança, insegura e boba.Tem noites que prendo as lágrimas e me finjo forte. E me faço rebelde para esconder a fragilidade e o despedaçar do peito.
E se você for onda que me envolve e logo se desfaz?
Onda, fica comigo, no vai e vem do nosso mar. Vamos nos transbordar de espuma e tons.
Derrama em mim a firmeza dos seus passos, a doçura dos seus gestos, o seu balançar.
Me inunda com a sua ginga, a sua arte e o seu Sentir.
Que eu possa ser Sorriso entre olhares cabisbaixos,
Canto de pássaro amarelo que alegra a manhã cinza,
Dança que diz: sim! Sente a vida dentro e fora,
As cores quentes e verdes da feira,
Mão que acaricia,
Palavra com sabor de jabuticaba.
No medo, na dor, na tristeza... na escuridão,
Que eu possa ser flores que aliviam a alma,
Nuvem que abraça o verso,
Brisa que levanta o ânimo e susurra: alegria!
Que eu possa ser amor de céu em pequenos gestos,
Risada presente que contagia,
Júbilo infinito que alumia.
Canto de pássaro amarelo que alegra a manhã cinza,
Dança que diz: sim! Sente a vida dentro e fora,
As cores quentes e verdes da feira,
Mão que acaricia,
Palavra com sabor de jabuticaba.
No medo, na dor, na tristeza... na escuridão,
Que eu possa ser flores que aliviam a alma,
Nuvem que abraça o verso,
Brisa que levanta o ânimo e susurra: alegria!
Que eu possa ser amor de céu em pequenos gestos,
Risada presente que contagia,
Júbilo infinito que alumia.
O avesso...
Não e não! Ela não iria deixar de viver os seus sonhos para "se adequar" a sociedade. Preferia a autenticidade dos artistas, a originalidade das crianças e a fé dos santos mesmo quando a chamavam de louca.
Preferia andar pelas frestas e sombras buscando o avesso ao invés de seguir o "caminho comum" feito ovelha. Sabia que seria difícil para a família, pois seria vista como excêntrica. Mas não tinha jeito, nada dessas promessas do mundo externo a seduziam mais. Aprendera a viver no momento e por isso sentia-se fora do mundo.
Tinha encontrado o sorriso real (aquele que independe de circunstâncias externas) e por isso acolhia o tear da vida e cantarolava, espalhando sua fragância alegre independente do tempo, dos humores alheios e dos tons do dia.
Preferia andar pelas frestas e sombras buscando o avesso ao invés de seguir o "caminho comum" feito ovelha. Sabia que seria difícil para a família, pois seria vista como excêntrica. Mas não tinha jeito, nada dessas promessas do mundo externo a seduziam mais. Aprendera a viver no momento e por isso sentia-se fora do mundo.
Tinha encontrado o sorriso real (aquele que independe de circunstâncias externas) e por isso acolhia o tear da vida e cantarolava, espalhando sua fragância alegre independente do tempo, dos humores alheios e dos tons do dia.
Ela queria dizer-lhe da intensidade de seus sentimentos. Mas havia aprendido a conter as suas pulsões. Ensinaram-na, quando pequena, que sentir era arriscado. Pois bem! Tentava esconder-se de si mesma.
Uma noite, sentada ao seu lado ferveu por dentro - feito panela de pressão - e não podendo mais conter a ressaca, tascou-lhe um beijo perto dos lábios.
E enrubesceu.
Ele, surpreso, convidou-a para dançar.
Dançaram sem por quês, sem amanhãs.
Entregaram-se aos entrelaces das pernas, aos gestos suaves dos braços, aos movimentos redondos e firmes... e aos desejos contidos que se expressavam na dança.
Ele sentia o contato com o corpo dela e percebia a sua nuca nos segundos em que os cabelos esvoaçavam.
Ela sentia o seu cheiro, o seu rosto e não conseguia conter o tremor que lhe percorria o corpo.
Uma pausa na música a fez subir uma das pernas até os quadris dele e ele furtivamente beijou-a, sem dar espaço ao pensar.
Perderam-se na intensidade do momento.
E assim, sem pensar, deixaram-se levar pela música, pelo fluir da dança e pelo sentir que emanava feito arco-íris de mil pétalas.
Uma noite, sentada ao seu lado ferveu por dentro - feito panela de pressão - e não podendo mais conter a ressaca, tascou-lhe um beijo perto dos lábios.
E enrubesceu.
Ele, surpreso, convidou-a para dançar.
Dançaram sem por quês, sem amanhãs.
Entregaram-se aos entrelaces das pernas, aos gestos suaves dos braços, aos movimentos redondos e firmes... e aos desejos contidos que se expressavam na dança.
Ele sentia o contato com o corpo dela e percebia a sua nuca nos segundos em que os cabelos esvoaçavam.
Ela sentia o seu cheiro, o seu rosto e não conseguia conter o tremor que lhe percorria o corpo.
Uma pausa na música a fez subir uma das pernas até os quadris dele e ele furtivamente beijou-a, sem dar espaço ao pensar.
Perderam-se na intensidade do momento.
E assim, sem pensar, deixaram-se levar pela música, pelo fluir da dança e pelo sentir que emanava feito arco-íris de mil pétalas.
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